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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010


Quantas vezes na vida erramos por considerar o inconsiderável?
Violentamos nosso próprio sentir por razões politicamente corretas. Ignora-se o próprio EU .
Em alguns momentos somos levados a um grito calado, poucos nos ouvem... Apenas nós ouvimos...
Ouvimos o nosso corpo pedindo, nossas vozes silenciadas, nosso pacto mal feito... E então ajoelhados diante de nosso próprio espelho pedimos perdão pelo nada que não foi feito.
O corpo e o coração revelam contradições que nem sempre sabemos ao certo em que divergem, como divergem e por que involuntariamente discordam.
Que estranho é saber sentir e ao mesmo tempo é magnífico conhecer-se de uma forma tão plena e própria, descobre-se outra identidade. Vive-se outro eu.

Revelam-se sonhos incomuns, cheios de querer, de não saber... De vidas. Caminhamos lado a lado com o anseio inconsciente do prazer. 
E percebe-se que a criatividade está em viver o imaginário mesmo não sabendo onde ele vive. Se  é em si, no outro... em algum lugar do universo,ou apenas na própria mente. Acha-se o que não se procura.
Esquece-se o medo de permitir, de se mostrar, de sonhar... Esquece-se de alguma coisa que se perdeu entre palavras soltas, mal escritas,levadas pelo momento do sentir.
Então...entre querer,não querer,sonhar e viver...encontra-se também um querer poder que está além de nossas próprias razões,do nosso próprio sentir.E as vezes, nessa curiosa contradição, encontra-se o gozo da vida...da alma...do coração e do corpo. E o EU pede licença a si mesmo para saciar da forma mais completa esse sentir silencioso. Sacia-se!


Por Ana Clea Bezerra

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