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sábado, 27 de fevereiro de 2010

...Seus olhos já refletiam outra imagem, Ela tinha mudado, tinha amadurecido, tinha aprendido a ser ela mesma. Tinhas olhos de sonhos, e como sonhava...
Vivia a vida como quem fechasse os olhos pra si, era tão distante do seu próprio ser. Talvez vivesse apenas meias verdades.
Lá fora, a chuva caia lentamente, e dentro de seu coração as  neblinas, a tornavam fria. Havia perdido parte de seus sonhos, as juras não foram cumpridas,não era aquela vida que lhe ofereceram,tinha-lhe roubado seus planos... Ela não conseguia achá-los.
A noite demorava a passar... Existia algo de tão escuro dentro de si... sombras,pensamentos.
Queria fugir,queria apenas voar...aprender a saltar de si,recriar-se,renovar-se.Ser.
Não tinha mais a metade que lhe cabia, perdeu-se entre mentiras...
Queria ser mudança, e aprendeu a ser ela mesma... Aprendeu a ter outros olhos, a ter outros sonhos, reaprendeu a encantar-se.
Saiu de si mesma e voltou como quem nunca tivesse vivido
 Como quem nunca tivesse jurado...
Voltou como quem procurasse sua metade.
(Ana Clea Bezerra)


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Quando calo, falo insistentemente.
Calo pra ouvir meu coração gritar, clamar.
Calo no meio da noite pra me encontrar
entre palavras soltas desabrochadas
entre risos e chorar,
Sou incurávelmente, palavra.
Sou verbo regular.
Ouço vozes dentro de mim,
Elas me procuram entre tantas letras
a pronunciar,
Eu danço.
Mergulho.
Navego no mar de palavras
Saídas de mim,
Criadas por mim,
Filhas de minha alma,
Metade de mim é só palavra
E outra metade quer apenas brotar



(Ana Clea Bezerra - Minha metade)





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