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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O adeus a vaidade do sentir....


- Viveu o que não entendia,olhava pra si mesmo e via o imaginário...
Ela não entendia como pôde viver com tanta intensidade algo que não conhecia,
Mas a deusa dos sonhos era ela...sonhava.
Sabia construir castelos,sabia viver seus contos,sabia tanta coisa...
E imaginava o seu viver e vivia com a intensidade de uma tempestade, sabia que os raios podiam machucá-la...
Perdeu-se de si,entre sonhos, vontades ,desejos..não era sã, não queria ser.
Tomou-se de loucura e  vaidade, sumiu de si por um tempo,esqueceu o relógio do tempo...
Não queria a eternidade, ansiava pela plenitude do sentir,era voraz...
Sabia que assim que o conto acabasse, teria que voltar a realidade...sabia sim,sabia também que os sentidos perdidos iriam se recuperar...queria os castelos - aqueles que o sonho e a vaidade construíram.
Sobre a areia do mar estava ele, como escultura, construído por ela... estava ali,tão próximo ao mar e as ondas e antes mesmo que ela terminasse de construí-lo as águas  o destruíram...
Ali, naquele castelo imaginário, ela... a deusa dos sonhos, havia plantado seus desejos,sua vontades, e assim,  mesmo que em sonhos, viveu o seu imaginário da forma mais intensa e singular.
Com o mar foi também a vaidade...era o deus da vaidade que habitava os seus mais secretos desejos.
Então, um dia foi até o mar,sentou-se na areia e jogou sobre as águas um barquinho feito de papel,nele estava escrito: "Aqui vai com saudades um inesquecível desejo vivido entre o sonho e a VAIDADE."
Ela pediu licença a Deusa do mar, e deu adeus ao imaginário que viveu. 
Então, um dia acordou, desceu até a o mar e na margem viu o barquinho todo desfeito,despedaçado pelas aguas,haviam alguns pedaços espalhados na areia...eram apenas pedaços...pedaços de uma vida passada.


(Ana Clea Bezerra)



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